Durante muito tempo em minha vida, eu tive o sonho de ser mãe. Sempre amei bebês e crianças (amo até hoje) e pensava inclusive em ter uma produção independente caso eu não me casasse.
À medida que o tempo foi passando e eu fui me aproximando dos 30 anos, passou a haver uma "corrida contra o tempo". O relógio biológico gritando. Cheguei a tomar algumas decisões relacionadas a uma possível maternidade (voltar a trabalhar em Sorocaba por exemplo) - mas eu ainda não tinha absoluta certeza de que caminho eu iria seguir.
Nessa época eu até já estava casada, mas muitos fatores foram colocados na balança: a dificuldade e responsabilidade de se criar um filho, o meu espírito viajante, minha carreira profissional, minha tendência à ansiedade e depressão, minha fobia, o papel que eu assumi voluntariamente de cuidar e ajudar os meus pais, etc.
Testemunhei algumas amigas tendo filho porque "não tinha mais como esperar devido à idade", mesmo sem ter certeza se queriam ser mães. E eu definitivamente não gostaria de tomar uma decisão tão importante dessa maneira.
Por um tempo eu fiquei pensativa em relação à "quem iria cuidar de mim quando eu ficar velha". Mas em paralelo, eu vejo tantos filhos que nem ligam para os pais, idosos sendo colocados em asilos, ou ótimos filhos mas que resolvem morar em outro país... enfim, ter um filho não é garantia de companhia na velhice. Sem contar que nem sei se vou chegar à velhice.
Depois de conversas com o meu marido - graças a Deus ele entendeu e me apoiou - porque eu acho que essa decisão tem que ser majoritariamente da mulher, acabamos concordando em não ter filhos. E eu acredito que fiz a coisa certa.
Hoje eu sou mãe de pet - e me considero mãe sim! Cuido delas com o maior amor e carinho e faço o que for necessário pelo bem estar das minhas meninas.
Ainda bem que vivemos tempos em que existe uma aceitação bem maior à esse tipo de decisão - e as pessoas entendem que pra ser uma família e pra ser feliz, não é necessário exercer a paternidade/maternidade.