Depois de muito tempo venho aqui. Senti vontade e necessidade. Escrever é uma válvula de escape pra mim.
Em 2021, vivi os piores momentos da minha vida. Em menos de 1 mês, meu pai foi diagnosticado com Covid-19, internado, teve alta, foi internado de novo, foi pra UTI, foi intubado e veio a falecer. Foram cerca de 20 dias que pareceram 1 ano, e com certeza foram os dias mais tristes e dolorosos que vivi.
Não quero relembrar aqui tudo o que eu e minha família passamos, pois reviver esses momentos seria bem angustiante.
Mas a partida do meu pai foi o fim de uma era. Apesar de amar várias pessoas que já se foram (avós, tios, amigos) - é tudo muito diferente quando você perde alguém do seu círculo familiar mais íntimo. Alguém com quem você já morou, que cuidou de você, pra quem você ligava todos os dias, com quem tinha o contato diário.
Eu sei que várias pessoas ainda permanecem aqui e devemos seguir juntas e fortes, uma apoiando a outra (e graças a Deus é o que temos feito). Minha maior preocupação depois do falecimento do meu pai, foi com minha mãe - que morava sozinha com ele, e com quem foi casada por mais de 50 anos. Mas é inevitável um aperto no coração e uma voz que diz na sua cabeça: "é, Simone... a vida é curta... as pessoas que você ama estão partindo... agora você está mais próxima do fim do que do começo...".
Durante muito tempo eu não consegui ver as fotos do meu amado pai. Durante uma sessão de terapia, eu soluçava de tanto chorar por falar dele. Tem momentos que a saudade aperta demais. Mas seguimos por aqui: com fé, amor, união e muita gratidão por ter convivido com o melhor pai que eu poderia ter.